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A ANVISA aprovou, no mês de agosto de 2012, a comercialização de um medicamento exclusivo para o tratamento da endometriose, o Allurene. Esse é um passo importante para as mulheres que sofrem com as dores e os outros sintomas da doença, pois hoje são poucas as opções de controle do desenvolvimento da doença e dos desconfortos que ela gera.

Atualmente, estima-se que mais de 6 milhões de mulheres no Brasil tenham endometriose. O tratamento depende do estágio em que é feito o diagnóstico; pode ser feito o controle com medicamentos hormonais ou até intervenções cirúrgicas.

Uma das formas de tratar é com o uso de medicamentos chamados análogos de GNRH, que interrompem o funcionamento do ovário, levando a uma menopausa temporária e inibindo o crescimento do endométrio, tecido uterino responsável pela doença. Apesar de ser eficaz, o uso desse método é indicado por apenas seis meses, pois pode interferir na densidade dos ossos e levar ao desenvolvimento da osteoporose. Também pode ser feito o controle com o uso do DIU Mirena, um dispositivo intrauterino que bloqueia a menstruação e interfere no crescimento do endométrio.

Nos casos menos graves o controle pode ser feito com o uso de medicamentos anticoncepcionais, principalmente aqueles com maior quantidade do hormônio progesterona, que também auxilia na inibição do aumento do endométrio.

Esse novo medicamento, também é composto por um tipo de progesterona, o dienogeste, e deve ser usado diariamente e de forma contínua. Ele age no aumento do hormônio masculino testosterona e diminuição do hormônio estrogênio, que alimenta o crescimento do endométrio. Com essa ação, ele provoca uma atrofia nos focos da doença, diminuindo consideravelmente a dor, que chega a ser incapacitante no período menstrual e em alguns casos é intensa também durante o ato sexual.

Já existem estudos na Europa e nos Estados Unidos que sugerem a eficácia do Allurene. No entanto, é preciso de mais tempo de uso contínuo para comprovar o seu efeito no controle da doença. Além disso, todo medicamento de uso contínuo tem efeitos colaterais. Na fase inicial foram relatados sintomas como dor de cabeça, dores nos seios, depressão e acne. A ingestão ininterrupta de progesterona também pode levar a mudanças no ciclo menstrual, diminuindo o fluxo de sangramento ou até mesmo levando à ausência de menstruação.

Sem dúvidas o lançamento de um novo medicamento é uma ótima notícia para as mulheres que sofrem com a endometriose. No entanto, é preciso considerar que não existe uma única abordagem de tratamento, ele deve ser adaptado para o perfil de cada mulher. E a adoção de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos com regularidade também são fundamentais para o controle da doença e uma vida saudável.

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Publicado em setembro de 2012