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As mulheres estão engravidando cada vez mais tarde. Nos últimos anos, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de mães com mais de 30 anos aumentou mais de 5%. Apesar de a gravidez tardia trazer cada vez menos riscos por conta dos avanços da medicina, algumas mulheres que decidem ter filhos na terceira década de vida se deparam com dificuldade para conseguir engravidar ou até mesmo se descobrem inférteis.

Independente do motivo que leva ao adiamento da gravidez – priorização do desenvolvimento profissional, falta de um parceiro ou outras razões – as mulheres que desejam engravidar tardiamente podem contar com um método que facilita a fertilização no futuro: o congelamento dos óvulos.

Além das mulheres que não desejam engravidar no momento, esta técnica também pode ser recomendada para pacientes que serão submetidas a um tratamento de câncer, pois os medicamentos quimioterápicos podem interferir na produção hormonal e função dos ovários, e também quando houver casos de menopausa precoce na família, que a mulher deixa de ovular mais cedo e pode enfrentar dificuldade ou não conseguir engravidar. Nos casos de tratamento oncológico, o recomendado é que o congelamento seja realizado antes do início da quimioterapia ou radioterapia, e quando houver garantia que as células do ovário não foram afetadas.

E como funciona o congelamento?

A primeira etapa consiste no estímulo da produção de óvulos por meio de medicamentos indutores da ovulação. Durante este período é feito um acompanhamento médico regular, e quando há uma quantidade adequada de óvulos é a retirada destes óvulos é feita por meio de uma punção, e imediatamente são congelados. Geralmente são retirados de 15 a 20 óvulos, para garantir que se tenha uma quantidade suficiente para realizar a fertilização caso algum óvulo seja danificado durante o processo de congelamento.

A técnica mais utilizada para o congelamento é a vitrificação, que permite o congelamento rápido das células. Não existe um período determinado que o óvulo pode ficar congelado, e quando a mulher ou casal decide pela gravidez, as células são descongeladas e fertilizadas artificialmente, e posteriormente  o embrião é implantado no útero.

Existe algum risco envolvido?

Durante o processo de estimulação da produção de óvulos pode ocorrer a Síndrome de Hipestimulação Ovariana, causada pelo excesso de hormônios presentes no medicamento, que pode gerar desconfortos como dores abdominais e inchaço. Já na retirada dos óvulos para congelamento existem riscos envolvidos no processo de anestesia e do próprio procedimento, como em toda situação em que é necessária uma intervenção cirúrgica.

Já os riscos da gravidez são semelhantes aos de uma gestação natural, ou seja, quanto mais tardia, maiores os riscos do desenvolvimento de doenças como diabetes gestacional e outras complicações associadas à idade, e não ao congelamento em si. Vale ressaltar que o congelamento de óvulos e a fertilização não são métodos sinônimos de uma gravidez. Os riscos de ocorrer um aborto também são semelhantes aos que estão expostas mulheres que engravidam de maneira natural.

E se eu quiser descartar ou doar meus óvulos, isso é permitido?

Os óvulos podem ser descartados ou doados para pesquisas e banco de óvulos. No entanto, a doação deve ser sigilosa, não sendo possível doar para alguém conhecido.

Publicado em agosto/2013