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Se no passado as mulheres com 30 anos que ainda não tinham filhos eram consideradas atrasadas, hoje é cada vez mais frequente e natural encontrar gestantes já na terceira década de vida. Segundo estatísticas do Registro Civil do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE -, mais de 25% das brasileiras que tiveram filhos em 2008 tinham idade superior a 30 anos. Em 10% dos partos, a faixa etária da mãe ficou entre 35 e 49 anos.

O adiamento da gestação acontece por inúmeras razões, entre elas a inserção da mulher no mercado de trabalho, o investimento nos estudos, a participação mais ativa nas questões sociais e políticas e o maior acesso aos métodos contraceptivos, como a pílula anticoncepcional.

Se por um lado a estabilidade emocional e financeira são vantagens para uma gravidez tardia, por outro o organismo da mulher com mais de 35 anos já está com a sua capacidade reprodutiva reduzida.

O ritmo de vida da atualidade também interfere na fertilidade. Hábitos como fumar, ingerir álcool e café em excesso, alimentar-se de forma desregrada, obesidade, privação de sono e exposição à poluição contribuem para diminuição da capacidade reprodutiva feminina e masculina, pois interferem na formação dos espermatozóides e nos ciclos de ovulação da mulher.

Por conta disso, cresce cada vez mais a procura por técnicas artificiais de reprodução. Entre as mais procuradas estão a inseminação artificial, em que a fecundação é induzida dentro do corpo da mulher, e a fertilização in vitro, em que a fecundação e o desenvolvimento inicial dos embriões são feitos externamente e depois implantados.

É importante lembrar que os métodos artificiais não devem ser considerados regra para engravidar, e sim exceção. Além de caros – a fertilização in vitro custa no mínimo 10 mil reais-, esses tratamentos expõem a saúde do casal e não tem garantia absoluta que o resultado será positivo. A fertilização in vitro tem menos de 40% de sucesso, sendo que na maioria dos casos são necessárias até quatro tentativas, impactando não só o aspecto financeiro, mas também físico e emocional. Para a fertilização, a mulher precisa realizar diversos exames, retirar os óvulos por procedimento invasivo com anestesia e, se a fertilização for bem-sucedida, ingerir remédios que preparam o útero para receber o bebê.

Entre os casais que buscam tratamentos artificiais, somente 20% realmente precisariam da técnica para realizar o sonho de se tornarem pais. No entanto, o ritmo acelerado das grandes cidades e ansiedade para ter um filho levam à decisão precoce.

É fundamental que haja um planejamento quando o casal deseja ter uma criança. O primeiro passo é que tanto o homem quanto a mulher façam exames de rotina para identificar se existe algum problema que interfira na fertilidade, como endometriose ou distúrbios hormonais nas mulheres e infecções contraídas pela prática de sexo sem preservativo ou outras doenças como varicocele, nos homens.

Os hábitos saudáveis também devem fazer parte da rotina do casal, pois o stress e a falta de momentos de lazer podem interferir para o sucesso da gravidez. Também é importante que o casal não se cobre pela gravidez, e aproveite o tempo livre para namorar.

E, se mesmo após um ano não conseguir um resultado positivo, procure um médico ginecologista para conversar sobre as opções possíveis para engravidar. As técnicas artificiais devem ser consideradas, mas praticadas com respeito, segurança e responsabilidade.

Publicado em agosto/2011